Salão do automóvel 2024 será transferido para o começo de novembro de 2025

Seis anos depois, o Salão do Automóvel voltaria a acontecer em São Paulo. Como principal bandeira do atual presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, e uma cobrança pessoal do presidente Lula, antigo metalúrgico ligado à indústria automobilística, o Salão do Automóvel de São Paulo vai voltar um pouco mais tarde do que todos imaginavam.

As fabricantes associadas à Anfavea descartaram a realização do evento em março do ano que vem, como se vinha aventando antes, e concordaram com o retorno da mostra na primeira quinzena de novembro de 2025, mantendo a tradição de deixar o evento casado com o GP do Brasil de Fórmula 1 (que, em tempos recentes, passou a se chamar GP de São Paulo).

A informação partiu da Anfavea, representante das montadoras de veículos no Brasil. De acordo com o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, a mostra terá novo formato. Os portões seriam abertos em novembro de 2024. Depois de dois cancelamentos: 2020, em razão da epidemia da covid-19 e 2022, quando os expositores se queixaram de gastos elevados. Também se falou em desinteresse do público, fenômeno  vem ocorrendo em outros principais salões da Europa e América do norte. que por aqui reuniu quase 1 milhão de pessoas na última edição, em 2018

Já não contará com o mesmo formato das outras edições. Nesse sentido, todo aquele show que envolvia o evento, dará lugar a algo mais sóbrio. Portanto, nada de efeitos luminosos, mulheres sensuais ao lado de super máquinas ou carro girando em estandes mega produzidos. A princípio, deve ser algo parecido com o Festival Interlagos, mas o foco não será em test-drives, mas as tecnologias dos carros em si, carregamento, descarbonização e tudo que faz parte da nova realidade do setor automotivo.

Quando iniciou foi anual e a partir de 1962 tornou-se bienal. Em 1970 mudou para o Parque Anhembi em local muito mais amplo, mas não climatizado. Em 2016 trocou de endereço para o São Paulo Expo em local com eficiente climatização. A última exposição foi em 2018 com 29 marcas e 742 mil visitantes.

Salão com test-drive

Seguindo a inspiração no Salão de Detroit que se reinventou ao oferecer testes de veículos para o público, sem abandonar a exposição estática. RX, tradicional organizadora, vai optar pela volta às origens graças às obras de ampliação e modernização do Centro de Exposição Distrito Anhembi que recebe um investimento de R$ 1,5 bilhão. A área de exposição será climatizada e haverá espaço para testes onde já existe o Sambódromo.

Algumas das novidades que estariam no salão este ano

Aston Martin

Em meio a contramão de muitas montadoras hoje em dia, apostando alto na eletrificação, a Aston Martin lança o modelo Vanquish com uma velha receita: um enorme motor 5.2 V12, biturbo, de 835 cv de potência e 101 mkgf de torque. Contudo, os números nada diriam de diferente, se não fosse o fato do conjunto não utilizar nenhum tipo de eletrificação, lançado durante o Festival Internacional de Cinema de Veneza, cercado de celebridades e personalidades da arte e moda. O modelo terá uma produção limitada a 1000 unidades anuais, por exemplo. Com velocidade máxima de 344 km/h, conseguindo acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,2 segundos.

Assim, o Vanquish torna-se o Aston Martin de produção mais potente e rápido da história da marca. O design traz elementos modernos ao estilo tradicional da marca, como um spoiler traseiro integrado, luzes compostas por faixas horizontais e um grande difusor traseiro, por exemplo. Por dentro, o motorista acomoda-se em assentos com regulagem elétrica, e tem contato com dois monitores, no painel de instrumentos e na central multimídia, ambos com 10,25 polegadas. Além disso, há um sistema de som premium com 15 alto-falantes. Porém, o esportivo não é feito apenas de luxo e design.

A marca equipou o novo modelo com a tecnologia Boost Reserve, que aumenta temporariamente a potência do motor, por exemplo. Além disso, há também um diferencial eletrônico de deslizamento limitado, que permite melhor aderência em curvas e melhor estabilidade. Por fim, o novo Vanquish está programado para ser vendido já no final de 2024, ao preço de US$ 420 mil (cerca de R$ 2.36 milhões, convertendo diretamente).

Chevrolet

Um dos próximos lançamentos da Chevrolet é o SUV Equinox. Além da versão a combustão, que deve ser uma das primeiras a chegar, a opção elétrica também chegará ao País, e nem mesmo a própria GM esconde isso. Há uma página dedicada ao modelo no hall de modelos da marca em seu site, o que corrobora para a informação é um flagra, de uma versão praticamente sem disfarces, rodando em testes no Brasil. O registro, feito pelos colegas da Autoesporte, mostra uma unidade branca do modelo elétrico, cuja aparição oficial não está distante de acontecer.

Assim, o Equinox EV tornou-se o elétrico de entrada da GM, com o fim da produção do Bolt EUV. De série, o SUV oferece central multimídia com tela de 17,7 polegadas e Google integrado, painel de instrumentos digital de 11 polegadas, controle de cruzeiro adaptativo e um conjunto ótico frontal com LEDs e espelhos laterais aquecidos. Além disso, há também banco do motorista com ajuste elétrico de 8 vias e rack de teto Segundo a montadora, o SUV pode ser carregado em uma fonte de corrente alternada de até 11,5 kW, o que adiciona até 58 km de alcance por hora. Além disso, carregamento rápido de DC com um máximo de 150 kW é de série, permitindo 124 km de alcance em 10 minutos, por exemplo.

Entretanto, sua autonomia por aqui segundo o Inmetro ainda não apareceu o modelo é capaz de, segundo o EPA, 319 milhas (aprox. 513 km) com uma carga completa, com um motor único. Entretanto, a versão AWD (tração integral) consegue até 285 milhas (aprox. 459 km), o novo Equinox PHEV chegará ao Brasil para encarar rivais chineses, como BYD Song Plus e GWM Haval H6. O Toyota Corolla Cross, a princípio, também está nessa disputa, com sua motorização eletrificada. A data de chegada ainda não foi divulgada pela GM do Brasil.

Renault

Novo Megane E-Tech, agora um crossover elétrico médio

À primeira vista chama atenção, uma dianteira que mostra personalidade, a pintura do teto no estilo “flutuante” e uma parte traseira mais convencional com a tampa do porta-malas um pouco afastada do para-choque.

Com as dimensões e volumes típicas de um hatch com altura de suspensão elevada (170 mm de vão livre do solo). Distância entre-eixos é ligeiramente menor (2.685 mm) do que outro hatch (2.700 mm) também elétrico, o Dolphin. O porta-malas do Megane (agora sem acento no primeiro “e”) é muito bom: 440 litros, apresentado como SUV, mas sua altura (1.505 mm) não condiz com essa classificação. O Compass, um típico SUV por exemplo, tem 1.625 mm de altura e seus ângulos de entrada, central e de saída são melhores. Materiais de acabamento interno de boa qualidade, inclusive o uso de camurça Alcantara. Boa tela multimídia de 12,3 pol. Os bancos dianteiros não têm ajustes elétricos.

Há um espaçoso console central pois a alavanca de seleção de marchas foi deslocada para a coluna de direção e o botão do freio eletromecânico de imobilização passou para o lado esquerdo inferior do painel. Espelho retrovisor interno tem câmera traseira acoplada e se torna uma tela de visão ampliada. Potência de 220 cv e 30,6 kgf·m garantem desempenho muito bom, apesar dos 1.680 kg de massa em ordem de marcha. Acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 s. Alcance médio padrão Inmetro de 337 km. No quadro de instrumentos aparece sempre em destaque o alcance restante e com precisão: apenas alguns segundos em aceleração máxima em trecho da Rodovia dos Imigrantes e a indicação caiu 6 km.

O primeiro lote é de 200 unidades ao preço único de R$ 279.990. Quanto ao Brasil a Renault confirmou a apresentação em 25 de outubro próximo do seu novo SUV compacto Kardian (lançamento mundial) com motor turbo flex de 1 L já fabricado em São José dos Pinhais (PR). Vai estrear a nova plataforma CMF-B da marca francesa e substituirá o Captur.

BYD

A nova BYD Shark está sendo apresentada pela primeira vez no Brasil. Inédita, a picape híbrida plug-in da BYD foi uma das atrações de um evento de experiência automotiva realizado em São Paulo (SP).

A primeira picape híbrida plug-in da BYD terá proposta global e promete ganhar espaço no mercado com um bom nível de tecnologia e especificações aliado ao trem de força eletrificado. Medindo 5.457 mm de comprimento e com distância entre eixos de 3.260 mm, a BYD Shark tem capacidade para 5 ocupantes, capacidade máxima de reboque de 2.500 kg, carga útil de 835 kg e volume de carga de 1.450 litros.

A BYD Shark foi destacada pela montadora chinesa pela robustez, a suspensão independente, sistema de tração nas quatro rodas elétrico de dois motores, construção com aços de alta resistência e a plataforma DMO (Dual Mode Off Road), que alia um chassis e a tecnologia híbrida às funções off-road. Esta plataforma também aproveita a tecnologia cell to chassis (CTC), reduzindo o peso e aumentando a rigidez. A carroceria da picape é composta por 54% de aço de alta resistência. E falando em segurança, a Shark possui seis airbags e um conjunto de recursos de direção inteligente disponíveis desde a versão de entrada GS, incluindo Cruise Control Adaptativo (ACC), Sistema de Navegação Inteligente (ICC), Aviso de Colisão Frontal (FCW), entre outros.

O trem de força híbrido é composto pelo motor 1,5 litro de 135 kW (180 cv) aliado a dois motores elétricos para uma potência combinada de 350 kW (480 cv) que a BYD anuncia como o primeiro sistema híbrido elétrico longitudinal (EHS) do mundo. Ele tem três modos de terreno (Areia, Lama e Neve) e permite aceleração de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos; o consumo declarado é de 7,5L/100km, o equivalente a 13,3 km/l. A bateria Blade permite autonomia combinada de 840 km pelo ciclo NEDC e 100 km de alcance no modo totalmente elétrico. A recarga de 30% a 80% pode ser feita em apenas 20 minutos usando um carregador rápida, segundo a BYD – a potência não foi revelada.

Uma das grandes apostas da BYD, a Shark será lançada em diversos mercados globais. No Brasil, a picape híbrida já circula em testes e se prepara para a estreia oficial que será em outubro. Além disso, a marca chinesa já estuda a produção local.

Marcas Ford, Toyota, Nissan, Hyundai, Volkswagen entre outras também se farão presente no salão 2025 que até presente informação será junto com GP Brasil de Formula1 em interlagos

Evento #ABX23 bateu recorde de participantes

Mais de 3.800 pessoas no São Paulo Expo, 180 palestrantes e mediadores, oito trilhas de conteúdo sem interferências em razão de sistemas de áudio individuais sem fio marcaram o sucesso do evento Automotive Business Experience 2023 organizado pela tradicional plataforma digital que inclui site informativo na internet, produção de relatórios e seminários. O destaque, entre diversos assuntos debatidos, foi o ritmo que a eletrificação tomará no Brasil nos próximos anos. Interessante que não houve consenso.

Já o Sérgio Habib, da JAC acredita na dificuldade de veículos 100% elétricos conquistarem muito mais que 1% do mercado de automóveis. Para ele veículos comerciais urbanos têm mais chances de crescer porque não há preocupação com a capilaridade de recarga e de alcance para entregas e transporte público

Henrique Antunes, da BYD, defendeu que os preços de automóveis elétricos caindo os consumidores vão migrar. José Augusto Brandimarti, do grupo que importa produtos da também chinesa Seres, viu com preocupação as taxas de importação sobre elétricos que o Governo Federal deve anunciar em breve.

Esse assunto continuou tendo desdobramentos. A GWM que comprou instalações de uma fábrica no Brasil e começará a produzir em maio do próximo ano é a favor de que o imposto de importação para elétrico volte a ser cobrado, porém em etapas. Pelo que se sabe esta será mesmo a estratégia governamental.

Já Márcio Leite, reafirmou que a indústria brasileira vai produzir carros elétricos e também aproveitará as vantagens do etanol como combustível verde em modelos híbridos flex. Ele não comentou sobre como será essa divisão e nem a velocidade da mudança. No entanto, a entidade defende uma cota com imposto de importação zerado para as empresas já com presença industrial no Brasil ou que venham a se instalar.

No exterior a Grã-Bretanha adiou por cinco anos – de 2030 para 2035 – a proibição da venda de veículos com motores térmicos. Alinhou-se assim aos países da União Europeia em relação à data fatal para que só automóveis novos puramente elétricos possam ser comercializados, que chamou atenção foi a declaração do primeiro-ministro Rishi Sunak de que “o ideal é as pessoas migrarem por vontade própria e não serem obrigadas a fazê-lo”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ramon DJ

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